Inauguração do Museu do Estanho Apeles Coelho
Atualizado em 03/09/2020
publicado em 22 de setembro de 2016
A Câmara Municipal de Vila Viçosa tem dedicado uma particular atenção às estruturas museológicas no quadro alargado das múltiplas exigências da gestão global e valorização participada do património cultural e da promoção do desenvolvimento local. No caso da “vila ducal renascentista”, estamos perante um notável acervo e incremento dos espaços museológicos nas suas diversas áreas e tipologias. Ora, não é demais recordar que apenas nos anos de 2015 e 2016 foram criados mais dois núcleos museológicos sob a tutela municipal: o Museu Agrícola e Etnográfico e, recentemente, o Museu do Estanho Apeles Coelho.
É justamente no contexto acima descrito que devemos perspectivar a recente criação do Museu do Estanho. De tal dinâmica decorre certamente a acertada designação de VILA-MUSEU, numa aliança que se mantém ao longo dos tempos, devido ao rico e variado número de estruturas museológicas que possui, sob a égide municipal e privada, e que agora ganha mais força com a inauguração desta nova unidade museológica.
Decorrida a fase de preparação e de profundas obras de adaptação e de remodelação do edifício que alberga o Museu, nomeadamente o espaço expositivo e as estruturas administrativas, cuja obra privilegiou um desenho do espaço desprovido de divisórias, o que permite um olhar mais amplo sobre a colecção, o mesmo foi inaugurado no dia 8 de Setembro de 2016.
Situado num local privilegiado do centro histórico de Vila Viçosa, muito próximo do Terreiro do Paço, a cerimónia de inauguração contou com a presença de Manuel Condenado, Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa; de Luís Nascimento e Ana Rocha, respectivamente, Vice-Presidente e Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Vila Viçosa; de António Ceia da Silva, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo; de Vítor Mila, Chefe de Gabinete de Apoio à Presidência; de José Coelho, filho do artesão Apeles Coelho; e de outras personalidades ligadas à vida cultural local. O público em geral aderiu em grande número e com grande entusiasmo.
Trata-se de um Museu que, único no seu género em todo o espaço nacional, inteiramente centrado no grande contributo que Apeles Coelho ao longo de muitos anos imprimiu ao ambiente que caracteriza o trabalho do estanho em Vila Viçosa, em Portugal e um pouco por todo o Mundo, é a expressão do contexto criativo que rodeou o artesão calipolense. Note-se que Apeles Coelho foi uma referência no fabrico de peças de estanho, sobretudo de réplicas de objectos de utilização doméstica nos séculos XVI e XVII, tendo a originalidade, a qualidade de acabamento e o traçado dos seus trabalhos obtido vários prémios nacionais e internacionais.
O percurso artístico de Apeles Coelho pode agora ser descoberto através de uma colecção de peças de estanho de valor superlativo que percorrem as diferentes fases criativas da sua obra, sendo de realçar a importância deste novo Museu para a dinamização cultural e turística de Vila Viçosa e da região.
Neste sentido, o Museu do Estanho é a voz que nos aproxima dos pensamentos, dos modos de vida e das técnicas que caracterizam o trabalho do estanho, um dos maiores tesouros do artesanato calipolense, um símbolo privilegiado da herança cultural local e uma importante imagem de marca.
Por outro lado, este projecto significa uma nova etapa que aposta na inovação, na conquista de novos públicos, no envolvimento das pessoas e da comunidade com o património local e na implementação de políticas que melhoram o acesso aos bens museológicos e culturais.
Acresce que este novo Museu, com contribuição directa na preservação do património cultural de Vila Viçosa, constitui sem dúvida uma mais-valia para o processo de candidatura à inscrição na Lista do Património Mundial.
Enfim, a “vila ducal renascentista” apresenta, numa área relativamente pequena, uma das mais altas densidades de núcleos museológicos, quando comparada com outras vilas e cidades de igual ou superior dimensão geográfica.