Festa dos Capuchos 2016
Atualizado em 03/09/2020
publicado em 10 de outubro de 2016
Em Vila Viçosa, como de costume, o segundo fim-de-semana de Setembro marca a hora da Festa dos Capuchos em Honra de Nossa Senhora da Piedade dos Capuchos e do Senhor dos Aflitos, organizada pela Câmara Municipal de Vila Viçosa.
Quando se escolhe um momento festivo de grande adesão e participação popular, manifestação de expressiva convivência, temos a Festa dos Capuchos. Nela festejamos os símbolos, os rituais distintivos e os sentimentos profundos da vida da nossa comunidade. Num contínuo movimento de confraternização e de reencontro de muitos calipolenses, a Festa de 2016 ocorreu entre os dias 8 e 12 de Setembro.
Não é possível neste breve texto detalhar a história desta edição, mas merece que se diga que há muito que os calipolenses se habituaram a viver com ela, com muita alegria e animação, como é próprio do verdadeiro sentido de uma Festa. Por isso, falar dos Capuchos é acima de tudo recuperar e partilhar momentos e manifestações culturais, sociais e colectivas que fazem parte do imaginário da sociedade local.
Por essa altura, toda a vila estava engalanada. No Largo dos Capuchos e seus acessos brilhou com luz própria a decoração e a iluminação festiva com um conjunto de desenhos padronizados e inovadores e a igreja lindamente iluminada. O terreiro festivo dominou as celebrações, constituindo o principal ícone espacial onde decorreram a grande parte das actividades e momentos dos Capuchos.
Ao longo daqueles dias, vivemos acontecimentos culturais que mobilizaram várias gerações de calipolenses. Ora, é bom recordar que este ano aconteceram muitas coisas na Festa, uma importantíssima valência cultural, entre tantas outras, de género distinto. A inauguração do Museu do Estanho “Apeles Coelho”, ocorrida no dia 8 de Setembro, foi o arranque das actividades culturais que contaram com uma grande adesão popular. No dia seguinte, na galeria de exposições do Cine-Teatro Florbela Espanca, foi inaugurada a exposição retrospectiva da obra da pintora calipolense Leolinda Trindade, uma figura tutelar de toda uma geração de artistas contemporâneos locais. Já no dia 10 de Setembro, ocorreu a apresentação do livro “O Druida”, da autoria de António Almas, e a cerimónia pública de entrega dos prémios escolares António de Oliveira Cadornega e Bento de Jesus Caraça, atribuídos anualmente pela Câmara Municipal de Vila Viçosa. Todo este imenso caudal de acontecimentos culturais teve outro ponto alto com a apresentação da Revista “O Pelourinho” n.º 20, que integra um dossier dedicado às Jornadas de Fortificação da Raia, o que aconteceu no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
A tradicional Festa denominada dos Capuchos voltou a associar a Cultura à Música. Com efeito, o tempo festivo teve como referência central a programação musical. Foram quatro dias com propostas musicais onde pontuou a qualidade e a diversidade dos espectáculos cujo palco foi o espaço público do Largo dos Capuchos. No dia 9 de Setembro, o concerto “Sangre Ibérico” iniciou o programa musical. Do cartaz do dia 10 de Setembro merece especial destaque o concerto com David Carreiras que se realizou após a actuação da Banda da Sociedade Filarmónica União Calipolense, tendo também actuado no dia seguinte a Banda da Sociedade Filarmónica Municipal Redondense, ambas no coreto situado no coração do Largo. Na noite de domingo, dia 11, ocorreu o concerto “Remember Revival Band”. Para além disto, no dia 12 de Setembro o concerto de Quim Barreiros encerrou o programa musical no palco da Festa.
A Festa prosseguiu nos bares e nas tasquinhas todos os dias após os concertos, onde terminaram as animadas noites de convívio e de música.
Nunca falham as largadas de touros que durante os Capuchos são uma das faces mais visíveis da componente taurina. Na verdade, as largadas de touros organizadas na Praça da República e na Avenida Bento de Jesus Caraça, muito do agrado dos calipolenses e dos forasteiros que visitaram Vila Viçosa, não ficaram fora desta edição e constituíram momentos altos que marcaram forte presença ao longo de três dias. Presença antiga na programação dos Capuchos são também as largadas populares (garraiadas ao uso da região) e as corridas de touros. Neste âmbito, merece nota de destaque a corrida do dia 11 de Setembro.
Também não há Festa dos Capuchos sem fogo-de-artifício, que fez as delícias de todos os calipolenses, habitantes locais e visitantes. O programa incluiu ainda a realização de torneios desportivos, de uma caminhada nocturna e de um sarau de ginástica.
Numa terra que é testemunha de excepção da tradição religiosa e modelo exemplar de vocação e de influência religiosa, a festa deu também lugar às celebrações religiosas.
Em termos gerais, este evento diferencia-se pela sua abertura a todos os públicos, pela diversidade e qualidade do seu programa que procura ir ao encontro dos interesses culturais, gostos e características do nosso município. Nos nossos dias, é uma referência importante em todo o município e na região e reflecte a sua dinâmica cultural e social. Trata-se, pois, de uma imagem de marca do concelho e de uma celebração plenamente consolidada, tendo por isso conseguido o reconhecimento e granjeado a preferência de milhares de visitantes.
Por tudo isto, estima-se como certo que foi uma das edições mais participadas de sempre, que o seu programa foi diversificado e de grande qualidade e que os seus objectivos foram plenamente alcançados, pelo que o balanço final é extremamente positivo. Além do sentir e viver a Festa, porque é disso que se trata, os calipolenses souberam honrar a tradição e receber os visitantes com requintada gentileza e simpatia, como é seu timbre.